Sistemas híbridos de trabalho no setor jornalístico: arranjo metodológico para investigação de mudanças estruturais em redações

Trabalho apresentado no Grupo Temático 16 – Estudos sobre Jornalismo do XVI Congreso Latinoamericano de Investigadores de la Comunicación (ALAIC 2022).

Resumo

As mudanças empreendidas no setor jornalístico desde os anos 2000 com o advento da revolução digital tiveram uma aceleração em decorrência da pandemia de Covid-19, decretada em 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Estudos sobre processos de transformação de redações passaram a ter um novo objeto, que envolve o trabalho remoto e a reorganização híbrida das rotinas produtivas, conciliando as modalidades presencial e virtual. O presente artigo delineia uma proposta de arranjo metodológico misto (qualitativo e quantitativo), atualmente em desenvolvimento no âmbito de um doutorado, para tratar do seguinte problema de pesquisa: como as redações são adaptadas ciclicamente, por meio de estratégias de gestão, a mudanças estruturais e a contingências como a da Covid-19? O referido arranjo inclui: revisão de literatura, questionário e seleção de oito redações para a realização de um estudo de casos baseado em entrevistas semiestruturadas e observação etnográfica. Além disso, são elencados alguns exemplos, tendo estes sido selecionados por meio de levantamento de dados do mercado em razão do potencial que apresentam para compor o corpus do trabalho, sendo que um dos objetivos deste é a proposição de uma taxonomia que classifica os diferentes tipos de redação em atividade no Brasil e em outros países.

Palavras-chave: Jornalismo; Transformação; Pesquisa.

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Redações Jornalísticas no Pós-Pandemia: Considerações sobre a Tendência de Consolidação de um Sistema Híbrido de Trabalho

Trabalho apresentado na Mesa 4 – Jornalismo, tecnologia e estudos do meio do 4º Congresso Internacional Media Ecology and Image Studies (MEISTUDIES 2021 – GENEM/UNESP Bauru/SP e UTPL – Equador).

Resumo

A pandemia de Covid-19, decretada em março de 2020, impactou de forma severa as mais diferentes esferas da vida humana, em especial o mundo do trabalho. No âmbito específico do jornalismo, foi possível observar, em escala global, empresas de todos os portes e modelos de negócio implementarem estratégias para lidar com a contingência de ordem sanitária, alterando um sistema de rotinas produtivas marcado pelas interações presenciais em suas dependências (as chamadas “redações”) por outro estruturado em redes tecnológicas que viabilizam o teletrabalho (ou home office). Surgiram assim as “redações distribuídas”, assim definidas devido ao seu caráter descentralizado por Trewinnard (2020), Radcliffe (2021) e outros pesquisadores do campo.

Tanto empreendimentos que conciliam operações de legado e digitais quanto os chamados “nativos digitais” foram submetidos a processos que alteraram seus fluxos de trabalho. Decorridos aproximadamente um ano e seis meses após a decretação da pandemia pela Organização Mundial da Saúde, é possível observar, ao menos em parte das empresas jornalísticas, uma retomada (ainda que parcial) das atividades presenciais. Em uma primeira etapa, as redações foram esvaziadas e um sistema quase que integralmente remoto passou a funcionar a partir do uso intensificado de programas de videoconferência – a exemplo do Zoom – e de ferramentas de trabalho colaborativo, como o suíte de aplicativos Google Workspace. Posteriormente, em um segundo movimento, alguns veículos permitiram um retorno gradual ao ambiente físico, adotando medidas de prevenção ao coronavírus.

Considerando as incertezas que ainda persistem no cenário atual, Katharine Viner, editora-chefe do inglês Guardian, prevê (conforme Nalvarte, 2021) uma adesão definitiva do jornal a um modelo híbrido de trabalho mesmo após o controle da pandemia. Ao mesmo tempo, no Brasil, um interessante caso de adaptação pode ser observado no jornal digital Poder360, especializado em Política, que primeiramente se reconfigurou para um teletrabalho integral. Entretanto, ao investir em uma nova sede em Brasília (DF), inaugurada em julho de 2020 (Poder360, 2021), seguiu as recomendações feitas pelas autoridades sanitárias e planejou o espaço de forma a evitar aglomerações de colaboradores, estabelecendo o retorno gradual a um espaço físico assegurando o distanciamento social recomendado pelas autoridades sanitárias a fim de evitar o contágio pela Covid-19.

Também há casos em que as redações fixas foram definitivamente deixadas de lado, tendo estas sido substituídas por ambientes mais flexíveis. O jornal El Observador, do Uruguai, por exemplo, passou a utilizar espaços de coworking (Herrero, 2021), enquanto que o grupo britânico Reach anunciou uma estratégia que prevê a utilização de hubs de trabalho temporário (Gurgel, 2021).

Entende-se que o presente panorama, sujeito a mudanças em razão de fatores diversos relacionados à pandemia (a exemplo do processo de vacinação, em velocidade lenta no Brasil ao longo de 2021), se configura como uma oportunidade singular para o estabelecimento de estratégias que preparem as redações jornalísticas para o futuro, visando tanto retomadas seguras de atividades presenciais em outras contingências sanitárias quanto a realização de procedimentos de trabalho mesmo fora de espaços fisicamente delimitados. A tecnologia é um elemento fundamental para o êxito desse processo de hibridização, mas uma mudança de cultura organizacional dessa magnitude não pode jamais prescindir do fator humano.

Palavras-chave: Jornalismo; Redações Distribuídas; Estratégias de Redação; Sistema Híbrido; Trabalho Remoto.

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Reorganização de redações no Brasil: Análise dos processos de produção do Estadão e do HuffPost

Resumo expandido apresentado no dia 13/04/2019, na Faculdade Cásper Líbero, no 13º Interprogramas Cásper Pesquisa, no âmbito do Grupo de Trabalho Comunicação na Contemporaneidade.

Resumo

O ambiente de trabalho jornalístico passou por profundas modificações estruturais nas últimas décadas. Esse processo foi, em parte, identificado por pesquisadores como Ramón Salaverría, que desenvolveu o conceito de “convergência jornalística” para definir as razões que levaram empresas tradicionais de mídia a buscar uma conformação que aperfeiçoasse seus fluxos de trabalho, priorizando a plataforma digital, em que pese ainda haver a existência de plataformas de mídia de legado, como o jornal impresso e o rádio, em alguns grupos empresariais. Em paralelo, a diversificação do mercado de jornalismo, com o advento de novos modelos de negócio, criou uma demanda pelo aumento dessa linha de pesquisa, incluindo os denominados “nativos digitais”, empreendimentos que, apesar de serem derivados diretos da expansão da internet, também já passaram, em alguns casos, por readequações organizacionais. Clique no link abaixo para ter acesso ao resumo expandido completo.

Palavras-chave: Jornalismo, Convergência, Produção, Estadão, HuffPost.

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Processos de convergência e reorganização em redações jornalísticas: um olhar sobre a estrutura e a produção de notícias em cibermeios brasileiros

Trabalho apresentado na sessão temática Ciberjornalismo, Mobilidade e Convergência do 16º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor 2018 – FIAM-FAAM e Universidade Anhembi Morumbi – São Paulo/SP).

Resumo

Os constantes ciclos de transformação das redações jornalísticas contemporâneas, transformadas em ecossistemas adaptáveis com fluxos de trabalho tecnológicos (“cibermeios”), demandam uma sistematização que viabilize estudos mais aprofundados dessas mudanças, diretamente influenciadas pelo fenômeno da convergência. Este artigo é uma síntese da dissertação desenvolvida pelo autor no âmbito do programa de Mestrado Profissional em Produção Jornalística e Mercado da ESPM-SP, que estudou os casos vivenciados pelos sites Estadão e HuffPost (um analógico digital e outro nativo digital) e propôs uma metodologia para classificar, por meio de indicadores, os diferentes modelos de redação em termos de características estruturais (tipo de ecossistema, etapas de reconfiguração e contexto organizacional) e produtivas (procedimentos de pauta, apuração, edição e publicação de notícias).

Palavras-chave: redações; reorganização; convergência; Estadão; HuffPost.

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Convergência jornalística como indutora de reorganizações: impactos nos ecossistemas de Estadão e HuffPost Brasil

Resumo expandido apresentado no dia 21/09/2017, na ESPM-SP, na I Jornada Discente dos Programas de Mestrado Profissional em Jornalismo ESPM/FIAM-FAAM.

Resumo

A partir de uma revisão bibliográfica dos conceitos de convergência, ecossistema midiático e jornalismo integrado, este trabalho, conduzido no âmbito do Mestrado Profissional em Produção Jornalística e Mercado da ESPM-SP, se propõe a estabelecer indicadores que determinam as características das reorganizações empreendidas por dois sites brasileiros de notícias entre 2014 e 2017 – Estadão.com.br, do Grupo Estado; e HuffPost Brasil, atualmente sob a gestão da Oath, resultado da fusão entre AOL e Yahoo.

Palavras-chave: jornalismo, convergência, reorganização, Estadão, HuffPost Brasil.

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